quarta-feira, 17 de julho de 2013

Para O Meu Bravo Viking

Devias ter-me calado com um beijo quando as minhas palavras começavam a brotar de forma acelerada e bruta da minha boca. Nunca deverias ter mencionado as minhas qualidades porque bem sabes que és o fogo e eu o gelo. Contudo, tornaste-te agora o gelo que me recuso a minar. A minha brigada negra fez questão de renascer dos mortos e proteger o que de mais valioso preservo em mim. Voltei a reconstruir a minha muralha e aumentei as minhas defesas, atenuando a minha benevolência. 
Já não tenho paciência para jogos de sedução. Seguro a lança enquanto durmo na minha mão direita e o punhal na minha mão esquerda. Não preciso de guardas à porta do meu quarto. O que tenho basta e não me interessa quão árduo possa ser. A minha muralha fortalece-se com situações adversas. Deverias ter medido bem cada passo. Estou acostumada a tempestades abanarem fortemente o que é meu, mas nem por isso me deixei vencer. Deverias saber que não nasci para ver os outros vencerem e permanecer no charco; deverias saber que não mudarei só porque assim deve ser; deverias saber que perder não me assusta; deverias saber que bastava um erro para o meu âmago entrar em ebulição.
Talvez eu tenha realmente sido designada para lutar pelo que vale a pena. Tu ficas pelo caminho, meu bravo viking. Desenvencilha-te, tal como eu fiz.

1 comentário:

  1. Acho que o viking ainda te procurará para travar uma luta "mano a mano". Quem sabe... só o futuro o ditará :)

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"Procura o que escrever, não como escrever." Séneca
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