terça-feira, 16 de julho de 2013

No Vazio

No vazio as flores nascem e florescem. Em dias tempestuosos o que resta de mim rejubila por entre os fortes ventos que abalam as árvores. Nos momentos mais difíceis, o que reside em mim toma a atitude mais drástica possível e imaginária. Sou da Terra, do Mar, do Fogo e do Ar. Sou animal feroz e selvagem e humana doce e encantadora. Vivo nas pirâmides do Egito e permaneço nas planícies do Texas. Canto nas esquinas das casas em noites de vento. Danço como um espanta-espíritos ao vento. Encanto com os meus cabelos cor de cacau e canela. Sussurro ao ouvido aquilo que não queres ouvir. Aí renasço. Apercebo-me que não nasci para ser quem querem que eu seja nem para me comportar da forma como querem. Sei que sou criatura do Diabo, danada, que não respeita quem não a respeita. Censura-me. Censura-me e verás de quantos paus são feitos uma canoa. Fá-lo e pode ser que ganhes uma viagem num desfiladeiro infinito onde a água te envolverá o corpo macio que outrora foi meu e a alma que era dos dois. Só a tua morrerá agora e não me deixa pena.

3 comentários:

  1. Somos sempre os dois reversos de uma moeda: a luz e o negro. Resta saber qual é o lado que as pessoas despertam em nós!

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  2. acho que mais um diabo trouxe as chamas do inferno para pôr de alerta mais um anjo rebelde. nem todos os seres estão preparados para lidar com feitios únicos. também não os censuro, mas se morressem talvez não tivesse pena também. força aí, rapariga danada. e se o gelo chorar não tem mal, também faz falta perder os limites.

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"Procura o que escrever, não como escrever." Séneca
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