terça-feira, 4 de junho de 2013

Could I Keep You All With Me?

Achei que fosse fácil conseguir separar-me das pessoas. Censurava, embora censura não seja de todo o termo mais adequado, quando me diziam que era complicado lidar com distância, controlar uma centena de sentimentos quando as pessoas estão longe e não falo apenas quanto ao campo amoroso, como muitos apenas associam porque, na verdade, eu sinto falta de muita gente neste momento. Caminham por entre o mundo dos vivos, fazem as suas vidas, tal como eu, mas longe de mim e eu penso com frequência neles. Do quão especiais foram para mim, o quão mudaram a minha vida e para melhor. E custa-me ainda mais saber que este ano o mesmo se vai repetir mas talvez numa dor mais agonizada que vai fazer com que eu apenas fique com as memórias durante quase um ano. Como se elas bastassem. Como se mais nada fosse importante. E entristece-me saber que tudo aquilo que fomos contruindo, todos, se vá desmoronar. Ninguém me garante que tudo voltará a ser igual. Ninguém garante que não mudaram ou que eu própria não mude. Ninguém me vai garantir que aquilo que está construído se vá manter e são estas instabilidades que me dão vontade de desistir por agora. Caminhar por campos minados sempre foi a minha paixão, mas não no que diz propriamente respeito ao campo afetivo. Sinto que passo que dou é como se estivesse aos solavancos ou a dar dois passos para trás quando dou um em frente. 
Gostaria de congelar todos. Aqui. Comigo. Estes dois últimos anos têm sido bons demais para mim para ser verdade e o próximo, pelos vistos, não se avizinha tão bom porque todos sabemos que não será a mesma coisa. Não haverá mais a fingida apatia ou indiferença. Não haverá mais segredos para serem compartilhados e nem será tão engraçada todo o rebuliço... De qualquer das formas, acredito que se a vida faz isto é porque nos quer ensinar algo. Que venha ela.

4 comentários:

  1. identifico-me muito com este texto.
    ao longo das mudanças de escola (básico, secundário e faculdade) muitas pessoas foram ficando para trás - algumas de quem gostava muito e das quais ainda hoje sinto saudades -, mas estas mudanças também trouxeram para a minha vida pessoas fantásticas. vais ver que contigo acontece o mesmo :)

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  2. Não te preocupes que de certeza o teu próximo ano vai ser óptimo :)
    Às vezes temos medo da mudança mas por vezes traz mesmo coisas boas :)

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  3. tal como a F., eu também me identifico muito com este post... a distância é algo difícil de gerir :/

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  4. identifico-me tanto com o que escreveste :)

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"Procura o que escrever, não como escrever." Séneca
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