domingo, 17 de fevereiro de 2013

Confissões Desajustadas

Eu vou fazer uma confissão. Eu juro que gostava de conseguir fazer um blogue onde falasse abertamente do amor. Admiro, e não é a minha ironia a expressar-se, quem consegue falar abertamente do assunto, apaixonar-se, entregar-se de corpo e alma a alguém e escrever sobre o assunto com sentimento. Sinceramente, eu não consigo. Venha quem vier, eu nunca me poderão garantir que irá haver uma pessoa que me vai fazer mudar de ideias. Não, não vai. Eu não quero, essa é a verdade.
Falando agora um bocado sobre este assunto, eu sempre me considerei, nos meus tempos de adolescente, um bocado deslocada da realidade que os meus colegas e amigos viviam. Tinham paixões por outras pessoas, viviam das fantasias, das utopias... não censuro, eu é que não consigo olhar para a uma pessoa, conviver com ela e vê-la como sendo alguém que eu queira ao meu lado. Eu nem me imagino sequer com alguém ao meu lado! Posso parecer insensível, mas não me parece que seja. É só que há tanta coisa que eu não compreendo, que as pessoas teimam em querer impingir-me como se eu precisasse de um companheiro... Eu não preciso! Não preciso e nem consigo. Repulsa-me topar quando vejo que se atiram a mim. Até podem ser absolutamente invejados que eu abomino completamente. Não consigo ver um colega com quem falo há imenso tempo e até tenho uma forte ligação como sendo alguém que me acompanhe durante grande parte da vida no campo amoroso. Simplesmente é difícil explicar porque ao mesmo tempo, eu sinto-me insensível. Eu nunca me importei de estar sozinha, sempre fui de querer o meu espaço, os meus momentos, sem partilhar com ninguém. Podem dizer-me que partilhar momentos é a coisa mais bela que existe, mas para mim isso pode não ser recebido com muito agrado. Eu sempre fui uma pessoa solitária sem qualquer problema e, apesar de não mostrar, não sou adepta de multidões e para além disso, todo esse mundo confunde-me pelo simples facto de muitas vezes as pessoas confundirem amor com amizade. Sim, eu já caí nesse mundo, se calhar por essa razão é que tenho esta linhagem de pensamento. 
Isto para dizer que muitas vezes tento criar um espaço renovado, com assuntos apreciados por grande parte, mas não consigo. Há algo em mim que me impede. Talvez não seja a linha deste espaço. 

12 comentários:

  1. Muito sinceramente, Hayley, não acho que este espaço precise desses assuntos. Já é tão bom como é, porque reflecte a tua personalidade e é isso que mais importa!
    E compreendo o teu ponto de vista, aliás, eu durante montes de tempo achei que era feita para estar sozinha, ter as minhas coisas, o meu espaço e viver as minhas aventuras sem ninguém a pendura. Hoje continuo independente, apesar de já não achar que fui feita para estar sozinha, mas ainda acredito que muita gente o seja, aliás, tenho amigas bem mais velhas que eu (trinta e adiante) que têm exactamente isso: o seu espaço, o seu lugar, sozinhas. Não num sentido de solidão, claro, essas pessoas nunca estão sós. Ser solteira não significa ser só, é isso que é importante que as pessoas percebam :)
    Beijinho, Stay Awesome*

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  2. acho incrível essa tua consciência de ti própia. acredito sinceramente no que dizes mas talvez porque nunca tenhas conhecido a pessoa certa. passar o resto da vida com alguém também é algo que me assusta, mas ter a consciência que não precisas de ninguém, acho que é excelente para um dia teres algo com alguém. isto porque alguém que diz ser como tu, acaba por dar tambem espaço, liberdade e entendimento ao companheiro. acho isso fundamental e necessário em tantos casais que andam aí. odiar a multidão não é mau. gostar do silêncio não é descabido, se ambos souberem amar no silêncio. se ambos souberem amar- se da mesma forma independentemente do resto do mundo é o que importa. e acredito sinceramente que um dia conheces alguém que te faz mudar de opinião.

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  3. e não há mal nenhum nisso :)

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  4. Cada um tem a sua maneira de pensar, por um lado compreendo, porque já me aconteceu várias vezes apaixonar-me por amigos que tinha uma grande ligação ;)
    Beijinhos e bom fim de semana :)

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  5. para além de não haver a necessidade de se espor o que se sente, como muitos tem a capacidade de fazer. a tua interiodade é o que importa, o que sentes realmente e não aquilo que mostras ao mundo. desde que a pessoa certa sinta que o sentimento existe da tua parte é o quanto baste, não precisas de textos "bonitos" para dar amor.

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  6. Não acho estranho o facto de na adolescência não teres tido aquelas paixões, é normal. mas confesso estranho um pouco a parte de não te imaginares a partilhar a vida com ninguém, mas respeito e tento compreender. Eu já tive as minhas paixões de adolescência que para mim foi aquilo que senti que mais perto esteve do amor, mas acredito que amor é uma coisa bem mais forte do que aquilo que senti. Agora já há um bom tempo que não desperto nenhum interesse por nenhum rapaz, talvez porque estou mais madura e procuro algo diferente, mas espero encontrar alguém com que possa partilhar um pouco de tudo.
    :)

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  7. é mesmo assim, pelo menos em alguns casos que vou vendo. Tem mais importância a festa em si e todo aquele luxo associado aos casamentos que se fazem agora, do que propriamente o que é suposto haver para além disso.

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  8. isso és tu. E ninguém tem que te obrigar a gostar de algo ou fazer-te mudar de ideias.
    És tu. E ninguém pode mudar isso ;)

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  9. Quem tu és não precisa de adornos, histórias de amor, ou fantasias enormes. Quem tu és não necessita disso, nem tão pouco este espaço que nos enche com a tua pessoa! Eu sou uma dessas adolescentes que acha que está a viver o amor e que esse nunca irá acabar, mas sei perfeitamente que tudo é efémero e que estas aventuras de adolescente podem muito bem não passar disso, e gosto, gosto da sensação, mas não é isso que me faz pensar que toda a gente precisa de um namorado ou alguém! Há pessoas que podem muito bem estar sozinhas e não solitárias. E se és uma delas, não te incomodes :P

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  10. Não tens de obrigatoriamente ter alguém junto a ti, não és inferior por não conheceres o amor e não te entregares a tal sentimento. Acho que assim que dás de caras com o amor, o teu mundo muda e vês algumas coisas de maneira diferente. Acho que tens muito tempo para te apaixonares e descansa que não estás mal assim, aproveita e estabilidade emocional enquanto o amor não te afecta.
    Também detesto perceber que se estão a atirar, mas no meio de imensos rapazes assim, haverá algum que te cative lentamente e sem segundas intenções, algum que esteja atento a todos os teus pormenores, gostos e vícios, ou até algum a quem a tua presença seja uma força revitalizante ou o teu sorriso e o teu olhar lhe proporcionem um bater do coração mais acelerado. Nunca se sabe e nem tens necessariamente de saber. Mistérios da vida. Não és um monstro sem coração por isso, não és insensível ou de outra era, apenas tens uma perspectiva diferente da vida que poderá ou não, vir a mudar. Tens o teu coração não em alguém mas na escrita, no teu livro, no teu curso, nas tuas ambições e em ti, nos teus projectos e em tudo aquilo que te dá alento para mais um dia neste mundo.
    Não penses em ti como alguém enclausurada longe do amor, apenas alguém que está a explorar tudo à sua volta antes de se deixar apreender por esse sentimento. Se te acham diferente ou estranha por isso... Que seja, diferente é bom!
    Beijinhos Hayley *

    Ps: btw, adoro o teu novo tema do blog passando de uma floresta para o mar, clever idea :)

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  11. És estranha rapariga, como eu :)

    Tive uma única paixão, e gostava de me voltar apaixonar, mas não consigo, acabo por ficar sempre amiga das pessoas, por outro lado também gosto de estar sozinha, é uma contradição, mas sou assim, tenho os meus dias.

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  12. é um filme de entretenimento. Não está na minha lista dos favoritos, mas vale a pena ver.
    Não te sintas insensivel, afinal de que servia conseguires expressar por palavras o que é o amor na realidade?!
    á coisas que mais vale ficarem assim..e por outro lado, passarmos a vida inteira a tentar descobrir. mesmo não conseguindo.

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"Procura o que escrever, não como escrever." Séneca
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