sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Eu não sou incompreendida. As pessoas é que não se compreendem

Há certas coisas que eu não percebo e se calhar não percebo pelo facto de não estar na pele de uma mãe, por exemplo. Porém, eu não vejo a razão pela qual os progenitores tentam sempre abafar o filho, evitar que ele cometa erros... Não percebo porque nós temos de dar imensas cabeçadas para aprender, pelo menos falo por mim. Eu sou assim. Então, hoje a minha tia pediu-me uma opinião acerca da minha prima ir para a terra do seu namorado que fica a mais de 300 km de minha casa e abordou-me se eu achava justo ela ir. Eu disse que sim, que achava porque da mesma forma como ele vem cá todos os fins de semana e tem gastos, ela também deveria ir lá. Bem, deveriam ver o terror estampado na cara da minha tia. Depois, veio o típico discurso que ele lhe fazia lembrar alguém por ter não sei quantos anos, por gostar de não sei quê como outra pessoa como se isso tivesse alguma coisa que ver. Mais uma vez, alertei para não levar as coisas por esse caminho que não passavam de puras coincidências e mais uma vez, o terror assomou-lhe. Posteriormente, falou que não imaginava que a minha prima "corresse" atrás de um homem. Ora, eu não sei se o faria mas qual é o drama? Ela é maior de idade, sabe cuidar-se e não precisa que cuidem dela. Se ela verdadeiramente o ama, é natural que queira estar com ele quando ele não pode vir cá e tenho quase a certeza que a minha tia foi igual e por que é que está a fazer um drama como se nunca mais a fosse ver? Eu não gosto de fazer dramas e não gosto que os façam e parece que de uma gota de água fazem logo uma tempestade! E se ela se casar? Vai viver eternamente dependente dos meus tios? Vai fazer tudo segundo as suas regras? Não, por amor de Deus! Deixem respirar! Os dramas podem afetar o destinatário mas nunca afetará tanto como o dramático. 
E eu? Eu que não tenciono ficar em Portugal. Eu que não tenciono ficar neste distrito já para o ano. Como vai ser? Vão cortar os pulsos ou matar-se como se eu me tivesse eclipsado da crosta terrestre? Não, eu não permitirei isso porque eu não vou viver em função de outras pessoas porque isso é errado e não significa que eu seja insensível. Apenas significa que tem de existir equilíbrio, coisa que cá em casa não percebem e não admitem que os filhos amem outras pessoas para além dos próprios pais.

3 comentários:

  1. As mães tentam sempre proteger os seus filhos dos perigos do mundo mesmo que para isso tenham de os privar de algumas coisas. O problema é que às vezes esquecem-se que eles já estão adultos e têm a necessidade e também o dever de começarem a tomar decisões por eles próprios!
    Por isso, há-que os deixar partir, bater com a cabeça, levantarem-se e continuarem a andar!
    Concordo porque também acho que cada um deve aprender com os seus próprios erros e asneiras, faz tudo parte do nosso crescimento como pessoas maduras e sensatas, e a sensação de vitória e objectivo alcançado sabe sempre melhor quando é conquistado pelo nosso próprio esforço :D

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  2. Acredito que seja um pouco complicado ver um filho que criamos com tanto amor e quem tentámos dar tudo, por vezes seguir caminhos diferentes daqueles que gostariamos que seguissem. Não sou mãe e tão cedo espero não o ser, mas também eu vivo numa casa em que por vezes há a história do "isso não devia ser assim" ou "ele não é bom para ti" ou etc etc. Aquilo que eu tento fazer, é fazê-los ver que, ainda que eu possa bater lá no fundo, é uma queda que tenho de ser eu a dar. Se eu tiver que errar, ok, erro mas será algo que, acima de tudo, partirá de uma escolha minha. Eles viveram a adolescência deles, agora está na hora de ser eu a viver a minha. No entanto, acredito que este seja um conflito que tão cedo não encontrará equilibrio (se bem que, falando por mim, não tenho grandes razões de queixa atualmente).

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  3. Este texto me fez recordar a última frase de Mother, do Pink Floyd.
    As mães simplesmente sofrem ao ver que seus filhos crescem e precisam seguir por caminhos opostos aos seus.
    Querem proteger e acabam por sufocar e usam-se de dramas, para poder manipular e, usam também de experiências alheias quando cada qual deva viver a sua. Eu sou desta opinião.

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"Procura o que escrever, não como escrever." Séneca
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