Eles dizem que somos abençoados. Que fomos dotados de uma capacidade estonteante de pensamento e discernimento. Que nos diferenciamos das máquinas pela capacidade cognitiva e pelo livre arbítrio. Então, como me posso sentir tão enjaulada? Eu não sou um leão feroz que dilacera humanos numa questão de minutos. Eu não mereço o medo que tenho porque eu tenho muito mais para dar. Não sou um guerreiro temido em todos os reinos, nem um bicho de sete cabeças para me manteres aqui num canto, com um pano por cima para ninguém me ver. E mesmo que quisesses, eu posso gritar porque a minha fala não me tiras. Não sou, tãopouco, uma máquina ou um computador que possas monitorizar, embora a formatação me agrade. Eliminar este vírus que é o medo seria meio caminho andado para conseguir realizar-me. Eu conheço a minha utopia e sei que não sou feita para formatar. Andarei, assim que puder, com todos os defeitos que carrego - e que são um grande fardo -, e irei aceitá-los como parte de mim porque perfeição só na natureza. E eu sou um caos à espera de solução.
Adoro os teus textos! Já sigo o teu blog à tanto tempo e nunca me desiludiste! Adoro :)
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que texto maravilhoso...
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