O meu corpo enregela-se, embora a brisa seja cálida e reconfortante. Os pêlos imaculados do meu corpo eriçam-se num gesto irreflexo, em sinal de alerta. Os meus olhos fitam cada milímetro de terreno numa busca incessante de perigo e as minhas patas movem-se cautelosamente evitando as areias movediças.
Um estalido. Um passo. Uma ameaça.
As patas fincam-se no solo e um impulso das patas traseiras projeta-me para a frente, atacando vorazmente o corpo que se estende à minha frente. Eu não vejo, a raiva inflama-me o corpo, o caração lateja e os meus pulmões recebem e expelem o ar numa velocidade furiosa e alucinante.
O sabor metálico instala-se na minha garganta e percebo o ferimento que causei. Largo o corpo inerte, imitindo este um baque ao entrar em contato com o solo e a folhagem seca.
E então recuo, perplexa. O corpo pequeno, tão semelhante ao meu, olha-me com súplica. Sinto as pernas fraquejarem, seguindo-se o meu mais nobre ato de cobardia.
Fujo. O corpo ficou lá atrás estirado. A montanha parece pequena para mim e para os meus problemas.
O sabor metálico instala-se na minha garganta e percebo o ferimento que causei. Largo o corpo inerte, imitindo este um baque ao entrar em contato com o solo e a folhagem seca.
E então recuo, perplexa. O corpo pequeno, tão semelhante ao meu, olha-me com súplica. Sinto as pernas fraquejarem, seguindo-se o meu mais nobre ato de cobardia.
Fujo. O corpo ficou lá atrás estirado. A montanha parece pequena para mim e para os meus problemas.
Ás vezes não temos coragem de encarar as coisas mas temos de nos lembrar que por vezes quanto mais as evitamos maiores elas se vão tornando
ResponderEliminarE, como sempre, a tua escrita prende-me e delicia-me. Esta és tu, no expoente máximo da tua bela maneira de escrever e encantar. Adoro, adoro, adoro.
ResponderEliminarAs metáforas que utilizas deixam-nos a pensar. Parabéns!
ResponderEliminar