sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Concreto


Não há melodia. Apenas espinhos cravados nessa garganta. Mas eu devia compreender. O mundo parece um local inóspito, onde nada é feito para nós. Onde o azul torna-se numa cor pouco amistosa e o mar torna-se turbulento. Nunca fomos feitos para viver em serenidade. Acalmia, é apenas um termo para os outros. Turbulência é a palavra que reina. Que impera e comanda o que somos e o que fazemos. E devemo-nos julgar? Não. É o que somos e o que fazemos. 
Nas horas mais tenebrosas eu gostava de ser o teu manto. Cobrir-te de amor e de paz, dar-te aquilo que mereces, mas que muitas vezes julgo não mereceres. E nessas situações, quem é desumano? Eu? Tu? Os dois? Há tantos argumentos, válidos ou inválidos, tantas palavras proferidas, com amor ou ingratidão, tanta dúvida que se instala permanentemente em mentes e almas atormentadas. Merecemos isto? Talvez. Nada é concreto. Isto não é concreto. Bem, nós somos. Eu. E tu. De resto, nada é concreto para nós, apesar destes espinhos cravados na garganta e no peito. Estes nós sentimos. Como sentimos outras coisas concretas.
Concretamente falando, estes espinhos vão passar. Vamos sentirmos livres outra vez.

5 comentários:

  1. muito obrigada pelas tuas palavras!
    vejo que regressaste recentemente. espero ler mais textos teus, este está lindo!

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  2. Que os espinhos desapareçam e não mais vos incomodem!

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  3. Os espinhos, quando o amor é grande, desaparecem quando o calor de um manto de ternura leva a melhor. Eles bem que podem cravar-nos a pele, rasgar-nos a carne, mas nunca serão capazes de derrotar-nos, principalmente quando ainda há amor, não é?
    Força ;) Esses espinhos tornam-te mais forte! Tornam-vos mais fortes!

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  4. Os espinhos, quando o amor é grande, desaparecem quando o calor de um manto de ternura leva a melhor. Eles bem que podem cravar-nos a pele, rasgar-nos a carne, mas nunca serão capazes de derrotar-nos, principalmente quando ainda há amor, não é?
    Força ;) Esses espinhos tornam-te mais forte! Tornam-vos mais fortes!

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"Procura o que escrever, não como escrever." Séneca
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