quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Som do Silêncio

Então fecho os olhos para o mundo. E encerro os ouvidos para todo o mundo. Porque já quem não quer ver as coisas, pode pelo menos imaginá-las e quem não as quer ouvir sempre pode imaginar uma voz a sussurrar. 
Deixo o vento bater-me rugosamente na face. Pelo menos quero sentir aquilo que me resta. E fecho novamente os olhos para o mundo, não querendo ver o tornado que se aproxima inexoravelmente de mim porque, se fechei os meus olhos, é porque não quero ver e, se não quero ver, é porque quero sentir tudo na sua plenitude. Então, não tentem abrir as minhas pálpebras. A minha felicidade pode depender de um segundo de loucura e isso não tem preço. A realidade que constantemente se esbate é morífera e eu prefiro a ingenuidade à maldita realidade.
Baixem a voz. Calem-se. Deixem falar a natureza. Ela tem a voz que procuro, o som que me completa e revitaliza. Serenem as almas. Agora é a minha vez.

2 comentários:

  1. "Deixem falar a natureza." Deixem-na partilhar a veracidade daquilo que somos :)
    É incrível como a tua escrita, que tanto me inspirou desde os tempos do Imagine, ainda hoje me cativa, me surpreende e me prende às suas sensações! Adoro, Hayley, adoro mesmo! Nunca abandones a escrita !
    -Uma velha companheira, tua homónima, Em :)

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"Procura o que escrever, não como escrever." Séneca
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