sábado, 17 de agosto de 2013

Fallen Angel

Deram-me asas e arrancaram-nas sem piedade. Cada pena foi arrancada mesmo em frente aos meus olhos com o intuito de me magoar. E magoou muito mais que as dores corporais que permaneciam no meu corpo fragilizado e escoriado. Soubesse eu que seria assim! Que seria um anjo caído nas malhas dos humanos onde a insensatez e a inveja reinavam ao invés de ser o amor e a fraternidade. 
E gritei. Gritei aos Infernos e clamei por misericórdia aos Céus. Nenhum dos locais me deu guarida e só me restava este mundo a que chamavam de Terra a que chamar de casa. Então resolvi mandar para o Inferno toda a minha identidade e despir-me da pureza que me tinha sido herdada. Despi-me do génio benevolente e enverguei as vestes da malvadez que por aqui paira. 
Camuflei-me e sinto-me camuflada como se uma parte de mim ainda quisesse retornar à tortura de um anjo caído. 
Talvez eu seja anjo na Terra e no Céu eu seja uma traidora. Mas não pertenço a nenhum dos lugares e sinto-me a cair cada vez mais numa figura que não é plenamente minha.

1 comentário:

  1. espero que te encontres meu amor. Que descubras o equilíbrio entre o céu e a terra :)

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"Procura o que escrever, não como escrever." Séneca
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