E o que faltam são palavras. Textos escorridos prometiam escorrer ao longo da noite. E tu lias, talvez pensado quão insana seria esta mente que te insistia em escrever. Por longas noites a companhia dos monstros foi trocada pela de um forasteiro que ousou pisar as minhas terras e ultrapassar as minhas muralhas. A sentinela não obedeceu às suas ordens. Eram mais fortes que tudo e mentir aos instintos estava fora de questão. Os querubins e os deuses revoltar-se-iam se a sua vontade fosse questionada. Aí não faltavam as palavras. Não faltava o toque, a pele arrepiada e os sussurros ao ouvido. Não faltavam sonhos, planos, batalhas a traçar e defrontar. Quis o triste fado que, com a mesma força que o forasteiro entrou em terras desertas, desertasse e saísse para um outro reino ainda não definido.
E o que faltam são palavras. E o que permanece são as memórias contundentes de um pretérito inacabado cujas reticências imperam ao invés de um ponto final. Só os deuses e os querubins sabem quão bom seria um ponto final. Só nós sabemos que um ponto final determina o fim de uma história.
Queiram os deuses e os querubins que a sentinela desperte do seu estado ébrio. Queiram todos os anjos e arcanjos que todas as memórias se apaguem e resida na mente um tempo revestido de negro como se houvesse sobre elas uma manta impenetrável. Queiram os santos que nada se atravesse no caminho.
Queira eu não querer mais do que não quero.
O teu texto é lindo. Querida exactamente chegaste lá onde eu queria chegar...eu se namorasse com uma pessoa mais velha acho que estaria sempre com medo de não a conseguir acompanhar, não sei explicar mas percebes?
ResponderEliminarandei a cuscar aqui o teu cantinho, que textos perfeitos! :')
ResponderEliminarnao tenho muitas palavras para falar sobre este texto. está de uma simplicidade incrivel, adorei a forma como colocaste a história. ficou lindo. :) gostei da decoração, o preto é belo e as borboletas são tanto.
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