sexta-feira, 12 de abril de 2013

The Cold War

Baixo o exército como tão depressa o volto a elevar. Provavelmente pensas que sofro de alguma anomalia psíquica profunda, mas não consigo baixar o exército de forma completa. És tão diferente quando estás com outras pessoas. Não deixas de lado a brincadeira. Pareces um soldado rebelde que está-se nas tintas para o que dizem. Depois, quando estás comigo, adquires um rosto que quase me faz acreditar que tens consciência do que dizes e queres. Baixo o meu exército, rendo-me por poucos minutos à troca de olhares e depois desvio-o porque não tenho coragem. Sou um alvo fraco e forte ao mesmo tempo. Ergo o meu exército e fico mal quando vejo que estás melancólico. Quero conseguir dar-te um afágo, mas as minhas mãos teimam em deter-se ao contacto. Fico frustrada porque pareço insensível ou porque transpiro ser a miss não-quer-saber-de-ti. Pode parecer, mas não. Apenas sou resistente ao contacto e continuo sem perceber este soldado sobre as suas intenções.
Acho que consegues ler a minha desilusão, mas não tanto como eu. O toque das tuas mãos nas minhas faz-me tremer e questionar o que é que este soldado quer. Eu mantenho-me serena durante uns minutos, tentando travar o maldito impulso em afastar-me, mas há algo que me faz questionar se o soldado não é mesmo alguém que quer gozar comigo.
E este soldado, que eu esperava não encontrar e encontrei, faz-me ficar confusa. Voz melodiosa, toque suave, rosto de anjo endiabrado e personalidade tão semelhante à minha que me faz tremer.
Queria conseguir baixar completamente o meu exército, mas para já, o cérebro comanda um pouco mais que o coração. Se este soldado não desistir e se mostrar merecedor, talvez possa conhecer um lado que nunca julgou vir conhecer.

7 comentários:

  1. Ora, muito obrigada! A sério que sim, e muito obrigada por teres ficado interessada e, ainda mais, por achares a frase tão bonita!

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  2. Gosto bastante deste teu texto por duas razões (essencialmente): primeiro, porque pegaste em dois temas que jogam tão bem juntos, e tornam a ideia, simplesmente genial; e segundo, porque transmites realidade, sentimento e honestidade. Há em ti, milhões de partículas de força e coragem, agarra-as, sim?

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  3. fico tão contente por teres passado a ver as coisas de forma diferente. ainda bem que tu própria tens consciência e te sentes motivado para mudar pequenos detalhes. desejo-te as melhores felicidades e acredita no amor, ele existe e tu mereces. não te prives dele pois serás feliz. aproveita :D

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  4. Não deixes que o exército seja um barreira para a tua felicidade. É normal sentir receio, mas arriscar também é bom, pelo menos sabes que tentaste :)

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  5. Romance à vista? :) Sabes uma coisa, acho que descreves o "amor" cada vez melhor. Principalmente porque tu nunca acreditaste propriamente nele e sempre foste céptica quanto a esses sentimentos. Ficarei atenta para ver a evolução ;)

    Quanto ao teu comentário, até hoje foram partidas softs, nada como as que tu me contas xD Uma vez fiz (em conjunto com amigas) uma mistela nojenta que metemos no meio de rebuçados para darmos a rapazes com quem nos devamos. Pequenos sustos que pregamos. Mas o David é quem mais sofre com pequenas partidas. A pior que lhe fiz foi dar sapatos de bebé. Ficou a olhar para mim e acho que perdeu a cor toda xD

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  6. Algo em ti anda a mudar, Sofia! Mas é uma mudança que me faz criar uma ligação enorme contigo ao ler as tuas palavras e me da arrepios bons! Continua!

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  7. Eu adoro os teus textos! Sempre que os leio fico com uma enorme vontade de escrever :)

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"Procura o que escrever, não como escrever." Séneca
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