quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

God Bless All Countries

agendado

Ontem vi um filme que me fez mudar alguns aspetos na minha forma de pensar. Eu digo que sou livre, que não me deixo influenciar, mas será totalmente verdade?
Não, não é. Todos os dias, inconscientemente, eu sou influenciada por aquilo que me rodeia. Pela comunicação social que tenta impingir, por vezes, ideais às massas. Por familiares e amigos que tentam moldar a minha forma de pensar e agir. Sou influenciada pela voz que reside dentro da minha cabeça que se comporta como um juiz e me inibe de concretizar certos comportamentos. A lei diz aquilo que tenho de fazer. Impede-me de mil e uma coisas para viver em harmonia com os demais. A religião delimita também aquilo que se pode ou não fazer. E ontem estive a pensar. Eu podia ter crescido sem qualquer noção de limites. Poderia ter crescido como uma selvagem, sem ninguém me impor limites. O facto de eu ser uma pessoa civilizada supõe a existência de outras pessoas que já foram criadas com ideais precisos e cirúrgicos. 
Eis que a questão volta: Eu sou livre? Não, não sou livre. Sou condicionada pelos outros, não faço sempre o que quero e o único lugar onde encontro refúgio é na minha mente. Mas nem aí sou livre. Às vezes inibo-me de pensamentos hediondos, de cenários que envolvem chacina mental... Claramente nenhum de nós é livre. 
É-nos dito desde pequenos qual o curso da nossa vida. Eu diria que nos é dita a normalidade dos factos e não aquilo que será a nossa vida. Eu não acredito na existência do destino nem coisa semelhante e, portanto, o meu destino não será obrigatoriamente como me disseram quando era criança. Eu realmente não entendo a necessidade de planear tudo passo a passo. Aí ergue-se novamente uma barreira à nossa suposta liberdade. 
Vivemos na era do "Sim, eu sou livre." quando vivemos, na realidade, na era do "Eu penso que sou livre.". Se pensam o contrário, digam-me por que razão ainda não mataram aquele(a) maldita que vos enjoa cada vez que passam por ele(a). Ou então por que razão continuam a ouvir os conselhos dos vossos pais e amigos. 
Que fique claro que apesar de não me considerar totalmente livre, considero que este condicionamento seja essencial, caso contrário isto pareceria o apocalipse. 
Para os interessados, vi o filme God Bless America. 

2 comentários:

  1. A ideia de é positivo uma pessoa não se deixar influenciar ganhou grande expressão em meados do século XX, com uma ajuda de publicidade, embora tenha raízes em textos do século XVIII, que advogavam o individualismo. Tem tal expressão, que as pessoas defendem com unhas e dentes que são livres de influências.
    A realidade é que o ser humano é o produto do meio em que se encontra integrado. A sua base, o código genético, é exógena. Sobre ela, surgem contributos do meio social (família, amigos, média, trabalho, escola, convulsões sociais, etc), que definem as crenças de cada um, afetando a perceção que têm da realidade.
    Nós evoluímos com estas características, pois elas facilitam a cooperação, que desempenha um papel central na nossa sobrevivência.

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  2. 'Vivemos na era do "Sim, eu sou livre." quando vivemos, na realidade, na era do "Eu penso que sou livre."' Muito bem dito Hayley!

    Por exemplo, já pensaste, Portugal será um país livre mesmo depois do 25 de Abril?

    Acho que a noção de liberdade é tão ampla, é tão estranha que acabamos por nos sentir livres nalgo e aprisionados noutras coisas, é tão estranho, e essa imagem mostra tanto essa controvérsia. É como se nos mandassem para a escola para nos dar liberdade ao mesmo tempo fazerem de nós escravos.

    Ps: Sou a Victória Esseker, mudei-me para o wordpress

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"Procura o que escrever, não como escrever." Séneca
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