sexta-feira, 27 de abril de 2012

Páginas

Hoje numa conversa com uma colega enquanto esperava pelo autocarro, falamos de uma apresentação que tínhamos para fazer de livros a português e de um livro que uma colega minha tinha apresentado. O teor do livro era chocante, na verdade, mas eu não concordo muitas vezes com aquilo que as pessoas dizem sobre escritores. Em primeiro lugar, escrever não é um passatempo, pelo menos quando é minimamente levado a sério. Quando se escreve é porque se tem algo para dizer. Algo para mostrar ao mundo que não deve de todo ser guardado única e exclusivamente para nós. Nem que mostremos ao nosso cão ou gato! Segundo, não considero que seja apenas para distrair, ainda que vá ao encontro do primeiro ponto. Acho que funciona como um tubo de escape onde podemos dizer o que queremos de uma forma mais ou menos explícita. Também não é coisa de malucos que só pensam em tragédias. A nossa vida também tem episódios trágicos e por que não retratá-la num livro? Afinal de contas, um livro pode ser perfeitamente composto por "páginas" da nossa vida e não é impossível imaginar locais que os nossos olhos nunca viram e apesar de ser trabalhoso, é muito bom chegar ao fim e dar por terminado algo e é quase como o que se avizinha não importasse mais. Não é propriamente uma hipérbole, eu senti-me assim e espero sentir-me muitas vezes mais.
Eu sei que bato muitas vezes na mesma tecla, mas indignam-me certas coisas que eu não posso falar na hora. Não podia dizer isto que aqui disse a ela senão iria pensar que eu era ainda mais doida, lunática ou então parva. Não sei, mas aposto que os verdadeiros escritores escrevem por gosto mas também encaram com seriedade. 

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"Procura o que escrever, não como escrever." Séneca
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