quinta-feira, 19 de abril de 2012

I Write Tragedies not Sins

Eu juro que quando comecei a escrever em quantidade considerável, achava que era fácil. Aliás, nunca pensei que engendrar uma história fosse difícil. Aliás, não diria difícil, diria antes trabalhoso porque quando fazemos as coisas com gosto, nada parece extremamente penoso. Porém, nem tudo aquilo que está em mente é realizável. Eu, por exemplo, gostava de sair de um registo e enveredar por um outro e por muito que faça sinopses, descreva ao pormenor o que quero fazer daquilo, nem sempre sai bem porque parece que aquilo não sou eu. O mais esquisito é que eu comecei com treze anos a escrever algo que não corresponde ao estilo que hoje abordo e quero retornar a esses tempos, porém não consigo. Gostava de conseguir teletransportar para o papel a cidade imaginária que a minha mente idealiza. Os mil e um conceitos que conheço que poderiam perfeitamente se adaptar ao que eu tinha pensado. De conseguir colocar nem que fosse um laivo de suspense no início, mas é difícil juntar todas as peças. Não o consigo fazer num mundo imaginário. Eu imagino-o, mas não o consigo fazer à semelhança daquilo que a minha mente imagina. Eu confesso que a minha mente é sádica e um tanto confusa e que tenho predileção por personagens sarcásticas, irónicas e maquiavélicas. Gosto de personagens com um passado turbulento, que se julgam péssimas pessoas, mas depois descobrem que afinal sofrem de um obscurantismo que achavam não ser possível. Quando descobrem que afinal ainda reside um laivo de humanidade. Não gosto de criar personagens pouco marcantes e insípidas. Gosto delas fortes, com uma personalidade vincada e com uma mácula de raiva. O que é o homem sem ser movido pela raiva? Na maioria das vezes até é o nosso impulsionador. Sempre fui adepta do crime, das paixões desenfreadas e quase impossíveis. Gosto de finais inesperados, que deixam uma lição. É isso que eu gosto de fazer mesmo quando o faço subentendidamente. Às vezes não sei como começar. Tenho tudo delineado exceto o início. Cerro os olhos e imagino-me a mim lá, o que faria e tento descrever. É difícil. Acho que todos os escritores sofrem deste problema porque a ideia em si torna-se importante, mas se não tivermos um ponto de partida não temos absolutamente nada. 
Eu não tenho muitos métodos para escrever. Antes de adormecer penso no que tenho de escrever e os pontos que quero focar. Imagino o que a personagem faria e diria em certa situação e tento arranjar pontos que posso referir mais tarde. Pesquiso muito e, na brincadeira, costumo dizer que se a polícia decide verificar as minhas pesquisas, irá pensar que sou uma serial killer! 
Eu não sou grande ajuda, mas acho que se alguém gostar de escrever, tiver uma história para contar, que o faça. Que tente ser quem realmente é sem se inspirar propriamente no que alguém fez porque em breve, vocês poderão ser autores de grandes clássicos da literatura e não irão querer ser comparados a ninguém, ou acho eu que não. E, acreditem em mim, não há melhor sensação e mais esquisita que escrever Fim num livro que escreveram que vos alegrou durante tantos meses. 
Pronto, ok, eu vou-me embora. :)

2 comentários:

  1. Parabéns! Pelo FIM! Bjs Cookie

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  2. Eu acho que comecei a escrever no oitavo ano, o meu gosto pela literatura só começou na adolescência.

    Eu tenho tantos mundos, e agora por acaso comecei a encontrar mais ou menos o meu género, que até te digo e é super estranho, tipo contos de fadas mórbidos, não consigo escrever policiais, já tentei, não é a minha praia. Não sei se consigo retratar mesmo a realidade, não tenho a certeza, tipo uma personagem que vive num país qualquer, não sei se consigo arranjar-lhe um país, eu que viajo muito não sei se por exemplo consigo fazer a história duma pessoa qualquer que vive em Barcelona, acho que já o devo ter feito mas a mim sei lá, soa-me estranho. Eu gosto de metáforas, e geralmente isso irrita as pessoas. E se ponho um país não posso criar o meu mundo porque ele já existe.
    Eu adoro fazer pesquisas sobre coisas paranormais e mitologia, isso sim é excelente.

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"Procura o que escrever, não como escrever." Séneca
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