domingo, 25 de março de 2012

Não sei. Às vezes as pessoas fazem-me sentir uma autêntica marginal ou uma extra-terrestre. Constroem os seus ideais de pessoas e querem que os sigam, pouco se importando com a personalidade de cada um. Se não somos como querem, já somos insensíveis, estranhos e inconsequentes. Não se questionam o por quê de sermos da forma como somos e muito menos se contribuíram para tal quando, na verdade, foram os impulsionadores para sermos como somos. Eu sei que não tenho escrito nada de jeito mas há coisas que me irritam e se não escrevo, corro risco de "explodir". 
Acho muita piada às pessoas que exigem atenção. Quando não lhes apetece ver ninguém, enclausuram-se em quatro paredes, vão para a cama e pronto, os outros que se lixem e fiquem com eles próprios mas quando querem companhia, chateiam os outros que anteriormente enxotaram como cães e ficam quezilados quando não querem estar com eles. A sério, é por estas e por outras que eu não quero viver muito tempo por aqui. Eu sou uma solitária nata cá em casa. Não gosto que estejam em torno de mim, não gosto de passar horas e horas a falar sobre assuntos que não têm qualquer tipo de interesse para mim nem sair para locais que não quero. Admira-me é como têm lata para exigir coisas quando acontece o contrário não o fazem. Devem pensar que eu sou um fantoche nas suas mãos mas eu não sou. Nem com cinco anos era quanto mais agora com dezassete? Odeio esta porcaria de fins de semana porque há sempre discussões. Não posso estar sozinha que já sou estranha e psicótica. Se estou a falar para alguém já fazem uma festa. Se estou no computador, não faço mais nada da vida. Se estou a estudar, tenho de sair porque estou sempre encatrafiada em casa. Mas que raio! Querem que eu saia mas não me dão sítios interessantes para visitar! Quero ir a muitos sítios e só me dão a escolher ir a uma celebração religiosa que eu acho secante como tudo e nem sequer me diz grande coisa! Eu não quero agradar ninguém e estou numa fase em que me estou a preocupar muito com o que as pessoas me dizem acerca da minha personalidade e eu não quero ligar isso. Rio-me na vossa cara, respingo e defendo-me mas fico a remoer por dentro como se tratasse de um ácido forte. Eu não sou de ferro, ganho ferrugem contrariamente ao que vocês pensam e sinceramente, espero que um dia se apercebam que eu sou aquilo que vocês semearam, de certa forma. Se sou como sou é por alguma razão e não é tempo para me mudarem porque essa fase de moldagem já passou à vida há imenso tempo. De qualquer das formas, dá-me mais gozo ser assim do que me render às vossas exigências porque eu não tenho culpa de ter sido e continuar a ser obrigada a crescer a um ritmo mais acelerado do que o normal e de ter mais conhecimento da vida do que vocês têm. Aposto que na infância deles, não tiveram tantos acontecimentos marcantes como eu tive ao decorrer da minha e embora os tempos fossem diferentes, viveram a infância na sua plenitude enquanto eu não consegui vivê-la completamente. O que eu peço não é atenção nem que dêem carinho. Apenas quero compreensão e que percebam que eu não escolhi ser assim e que lá por não me lamuriar como vocês fazem, não quer dizer que seja desprovida de um coração de carne. Não faz parte de mim lamentar-me por ter perdido gente da minha família e chorar de saudade de forma constante. Eu não funciono dessa forma e não quero porque é muito mais saudável para mim tentar assolapar essas memórias, impedindo-as de voltarem à superfície da minha mente do que recordar cada inexorável passo da morte. E sim, conseguiram fazer voltar grande parte mas não faz mal. Parabéns! Conseguiram fazê-lo da forma mais cruel possível! Uau! Depois sou eu que sou insensível e que tenho de ir ao psicólogo! Onde anda a coerência nas vossas mentes? Não anda, eu sei que não mas eu não me vou deixar endoidecer por causa de quem não merece porque eu tenho muito, mas muito mais que fazer e se esse é o vosso objetivo, lamento informar mas não irão conseguir. 
Decididamente, eu preferia ser extremamente pobre, viver na latrina e ser minimamente feliz a ser como sou agora: ter tudo e não ter nada. Preferia que fossemos todos uns vagabundos mas que quando estivéssemos juntos soubéssemos rir e entender-nos ao invés de abrir um campo de guerra e discutir sem nos entendermos minimamente. 
Se querem que eu seja igual a vocês, eu digo já que é a pior coisa que me pode acontecer e espero mesmo não me tornar porque quando isso acontecer, aí sim, eu endoideci. 

1 comentário:

  1. Ainda bem que não estou sozinha nesta teoria! :D
    Acho que fazes bem em ir viajar, se fores com pessoas de quem gostes, e boa viagem :D
    Beijinho*

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"Procura o que escrever, não como escrever." Séneca
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