sábado, 31 de março de 2012

I feel my mind floating

Há decisões que não podem ser tomadas de ânimo leve. Que não podemos pesar só a parte que nos interessa mas também aquilo que num futuro nos pode acontecer e neste momento, embora o presente seja visto para mim como quase um sonho, não posso decidir com base apenas no prazer que isso me poderia dar. Daqui a uns anos ter-me-ia arrependido de o ter feito e eu odeio arrepender-me de coisas que fiz. 
Tive uma oferta aliciante. Viajar durante nove meses pelo mundo fora num barco onde tinha até três meses de férias e podia visitar dezenas de sítios. Muito aliciante para mim. Adoro viajar e adoro conhecer culturas e costumes novos mas e depois? Limitar-me-ia à monotonia? Logo eu que sou um pássaro? Eu não nasci para ser um pássaro de gaiola. Nasci para me libertar, para fazer coisas diferentes, fugindo à monotonia. Por outro lado, eu tenho a noção que mereço coisa melhor. Servir à mesa não é propriamente algo que me fascine e nem me importava de o fazer se o fizesse como part-time e neste caso seria como emprego definitivo. Se fosse um trabalho de férias ou então trabalhar como tradutora, talvez aceitasse mas eu acho que tenho capacidade de fazer melhor, de ter algo melhor e eu sei que não deveria recusar de todo, se calhar pensar melhor porque ultimamente está difícil obter emprego mas estar nove meses longe de minha casa, dos meus amigos e da minha família? Eu anseio ir para Nova Iorque mas sei que aí podia sair quando quisesse e bem me apetecesse (ou não tanto assim) e que podia vir a casa uns dias e com frequência desde que tivesse dinheiro mas ali, no meio do oceano onde as comunicações podem até rarear, que ia fazer eu? Fingir que estava tudo bem, que não sentia falta da minha vida, dos meus estudos e das pessoas que me rodeavam por muito que me chateassem? Eu sei que resmungo, que digo que a minha família é algo semelhante a um manicómio mas eu lá no fundo gosto deles e quando estão bem-dispostos eu alinho na deles. E os meus amigos? Teria de abdicar de vê-los, de tê-los ao meu lado. Não sei se estou a pensar levianamente mas eu quero estudar. Quero continuar a minha vida ridícula de estudante. E é isto. Não sei se estou preparada para abandonar a minha vida normal e entrar numa realidade completamente diferente. Acho que não.

1 comentário:

  1. Eu não desisti do blog mas não tenho sido muito assídua, de todo. Venho ler alguns textos de vez em quando mas não tenho postado muito.
    Eu não conheço a série mas pelo que pesquisei interessou-me bastante! Por isso, estou a pensar ver os episódios.
    Quanto ao texto.. há decisões em que temos de analisar muito bem os prós e contras. E esse convite que te fizeram, para mim, seria de fácil escolha. Eu tenho o que quero aqui apesar de gostar de conhecer coisas novas. E há também o problema da monotonia. Essa é uma decisão em que deve entrar apenas a tua influência. Good luck, darling.

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"Procura o que escrever, não como escrever." Séneca
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