Preocupações

Finalmente as pessoas cá de casa começam a dar-me ouvidos. Já adverti muitas vezes para a excessiva preocupação com coisas supérfluas, o excesso de preocupação com coisas que não nos dizem respeito mas, como sempre, eu era a insensível, a pessoa que não tinha noção do que era a vida e outras coisas que nem vale a pena mencionar. Será que eu estava assim tão errada? Não, não estava e digo que infelizmente não estava. 

Na minha família há excesso de consternação. Se faço uma piada sobre morte, quase que sou deserdada. Se troço de algo, sou admoestada continuamente. Eu não me contenho, para dizer a verdade. O que tenho a dizer, digo na hora e acabou. Infelizmente, a minha teoria sobre isto hoje pôs-se em prática e passaram-me a dar credibilidade. 

Eu não sou nenhuma expert em perceber comportamentos humanos mas tenho uma pequena noção de como as pessoas reagem a certos comportamentos e era de prever que com todo o stress entrassem em depressão. Eu sou uma defensora nata do meio termo. Eu preocupo-me com as minhas coisas e com as dos outros, doseadamente. Não me vou preocupar continuamente e nem sequer me meto na vida dos outros quando acho que não tenho o direito. Acho que num futuro serei liberal porque eu não tenho nada a ver com os ideais que me deparo continuamente. Acho ainda que se as pessoas pensam que na preocupação é que está a virtude, eu digo já que só irão estragar a vossa saúde mental! Há que ser egoístas de vez em quando, não se preocupar nem dar a mínima! Se querem ser uns frustrados, desrumados, depressivos e sorumbáticos, preocupem-se em exagero! Se querem ser minimamente sãos, tratem de dosear os acontecimentos da vossa vida porque é tão prejudicial não sentir emoções como sentir exarcebadamente! Isto é um conselho. E eu posso dizer que normalmente costumo ser boa conselheira.