quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Autopsicografia

Eu sou paranóica de vez em quando, confesso e em vez de me concentrar, começo a fazer analogias que nem ao Diabo interessa e desta vez foi na leitura de um poema de Fernando Pessoa, Autopsicografia. O poema em si é bastante simples e só é preciso ter atenção ao jogo de palavras mas nesse mesmo poema estavam implícitas quatro dores: a do poeta, a fingida pelo mesmo, a lida e a do leitor. Para quem deu este poema julgo que é fácil perceber o que quero dizer e até me podia por aqui a explicar mas acho que com a conclusão a que eu cheguei vão-me entender. Então, eu cá cheguei à conclusão que muitas vezes eu digo às pessoas que me identifico com o que escreveram mas não é de todo verdade... É impossível eu identificar-me com o que as pessoas escrevem porque mesmo a dor, ou seja lá que assunto seja, é "fingida" (quase imaginada), isto é, é quase como que moldada pela razão se não não seria quase um texto artístico. Eu sei que é um pouco confuso mas sejamos sinceros, é verdade. A dor que vocês sentem é apenas vossa e de mais ninguém e em nada se assemelha à dor de uma outra pessoa. Pode ter semelhanças mas não é igual. A dor que por vezes transmitem nos posts não se assemelha à minha dor, quanto muito há a dor do leitor quando lê e sente que a pessoa não está de todo bem mas não se pode identificar.
Pronto...acho que era isto... acho que acabei de confundir cérebros...

12 comentários:

  1. Eu concordo com o que dizes :) podemos identificar-nos com a descrição que a outra pessoa faz de um sentimento, mas cada um sente à sua maneira :)
    ( é como quando se diz «eu sou o maior fã de fulano tal» e outra pessoa considera-se ela a maior fã do fulano tal...Cada um deles é o maior fã à sua maneira... ok o exemplo foi parvo mas acho que deu para perceber xD )

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  2. Eu discordo em partes, há certos tipos de sofrimentos que sabemos exatamente como alguém se sentiu, dou-te como exemplo, quem passou por um luto geralmente é a única pessoa que pode aconselhar e consolar outro alguém que acaba por passar por um.
    Mas não quero ser polêmico porque como disse, compreendo em partes o que quer dizer. É o mesmo que digo que estamos sozinhos, somente nós mesmos sabemos como são nossas dores.
    Conheço este poema de Fernando Pessoa e estava lendo uma matéria de um livro que foi lançado sobre sua biografia, não sabia que ele tinha 127 heterónimos, haja imaginação. ahah.

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  3. Não. Não me pareceu confuso nem por um momento, por isto te disse que discordava em partes e compreendia em partes. Entendi que cada um sofre só e com a mesma intensidade, mas dizer que não se vai identificar, que isto é mentira, é que discordei. Porque no luto, todos se identificam, ao menos, das pessoas que conheci e que passaram pelo luto como eu passei. Mas como há variados tipos de pessoas, pode ser que a muitas o luto passe em branco ou indiferente. Como sempre digo, pessoas são enigmas.
    Ahah, eu também fiquei assustado com a quantidade e o autor do livro ainda ousou dizer que Fernando Pessoa era um homem de pouca imaginação. O.O
    Vamos embora viajar mundo afora. ahah.

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  4. Corrigindo-me: e não com a mesma intensidade.

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  5. Ainda não consegui acessar o Imagine, me sai blogue não encontrado. O.O

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  6. Acho que você não me entendeu, porque é exatamente isto que falei. Em relação a identificar-se, você afirma em seu post que é mentira e não é, mas acho que usou a palavra certa no lugar errado ou vice-versa, por isso deu este pequeno imprevisto. ahah.
    Pois então, aqui me sai como blogue não encontrado, atualizou a história já?

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  7. Ainda bem, achei que íamos debater até o amanhecer. ahah.
    Não entendo, com o seu link deu certo. Meu pc está louco.

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  8. Não, nao confundiste! Eu já dei isso e bem, tens toda a razão!

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  9. Que susto, deve estar azul até agora. O.O
    Há dias que venho tentando acessar e disse que não conseguia, lembra-te?
    Como conseguiu recuperá-lo? Tem que ver se ele não está interligado com algum blogue de malware malicioso, porque isto ainda está a correr pelo blogger, só hoje tive que deixar de seguir dois para que não me contaminem.
    Não podes deixar que teu blogue aprenda "Como desaparecer completamente". ahah

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  10. obrigada :) sim, em parte tens razão, acho que pode haver uma identificação com a descrição da outra pessoa, mas há sempre uma parte que é interpretação nossa.

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  11. tu tens tanta razão!
    Engraçado, quando a setora estava a explicar isto na aula, lembrei-me daquilo que sentimos quando estamos a ler um livro de acção ou aventura, quase entramos dentro livro e começamos a sentir os mesmos medos, ou outros sentimentos! :)

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"Procura o que escrever, não como escrever." Séneca
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