segunda-feira, 8 de julho de 2013

Only For A Night

Perco-me em cada copo. A ânsia do esquecer invade-me e encho mais uma vez. Escorrega bem, tem um sabor agridoce, aquece a alma, ou o que dela resta. Traz um pouco de sabor aos meus lábios de uma forma subtil, quase como um primeiro beijo, na idade da inocência. Faz-me querer mais e mais, como que se cada hausto fosse o último que fosse apreciar, quase como outrora cada momento era como se fosse o último.
Encho mais uma vez. Aposto que sabem que gosto de bebidas agridoces, pois afagam-me o ego e a garganta. Estendo o copo e é automático: o líquido escorre pela garrafa e, por segundos, vejo o barman de sorriso no canto da boca e tento relembrar-me, no meio de tanta confusão na minha cabeça, que costumavas sorrir daquela forma. Volto a beber e sorrio também, não sabendo exatamente porquê se tantas vezes havia chorado a ausência daquele sorriso.
Levanto-me e cambaleio. É hora de ir embora, entrar na casa vazia, chorar em silêncio e esperar pela ressaca. Melhor dias estavam para vir.

1 comentário:

  1. Se é verídico, o álcool vai inibindo a racionalidade e permite que dês importância a esses pequenos pormenores que tens estado a suprimir.
    Se não for, de qualquer das formas gosto muito :)
    Beijinhos *

    Ps: tenho de mencionar novamente como adoro as citações que colocas aqui no teu blog, na coluna à esquerda

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"Procura o que escrever, não como escrever." Séneca
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