Roll Away Your Stone

Lancei uma pedra ao lago e recordei-me daqueles tempos em que éramos apenas duas crianças a correr desalmadamente pelas ruas poeirentas. Éramos donos do mundo, mas ninguém podia dar-se ao luxo de ter-nos como propriedade, a não ser nós mesmos. Não havia escuridão nos nossos dias. Não éramos almas frágeis. Não havia território que não fosse nosso. Não havia profissão que não tivéssemos. Tínhamos na mente toda a imaginação vigorosa e nunca a soubemos aproveitar.

Não deves ter-te esquecido, eu compreendo como te deves sentir. Desisti, sim, desisti. Se me envergonho? Sim, muito. Espero ser encontrado com a minha carne presa ao chão. Eu sei que queimei todas as pontes entre nós. Voltas a perguntar-me se me envergonho e eu respondo a mesma coisa. Faria de tudo para que não me deixasses sozinho e te juntasses a mim. Aposto que nunca mais teria medo de descobrir tudo aquilo que tanto me assombra. Desejar não custa.

Deixa-me voltar para tua casa. A minha alma está frágil e juntos podemos voltar a reconstruir o que resta dela. Sei que não são as minhas desculpas que vão curar esse coração, mas a escuridão é demais para mim. Carrega a minha alma contigo. Dá-me todo o amor que nutrias por mim antes. 

Rola a tua pedra que eu rolo a minha também. 

Prometo que nunca mais te deixarei e que todo o amor que rolares até mim, rolará até ti. 

P.s Texto escrito com base na música sugerida pela Joana: Roll Away Your Stone. Em breve com a música Nothing Else Matters e todas as outras que me forem sugerindo!