quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Afinal, o que é respeito?

Há uma coisa que as pessoas tendem a não entender: nem sempre os mais velhos têm razão. Sim, é verdade e hoje foi a prova viva disso e de como todos pensam que os jovens são delinquentes, mal-educados e dezenas de outros defeitos incontornáveis!
Pois é, eis que vinha eu e mais uns colegas no metro, vínhamos a falar, como qualquer outra pessoa tem direito num espaço público, a rir das piadas de alguns colegas, como é normal para apaziguar uma aula secante de três horas. Claro está que um grupo qualquer de amigos não é propriamente sossegado quando se juntam, digo eu, ao contrário de parecermos gambuzinos a olharem para o dia de ontem. Mais uma vez, digo eu, mero ser pensante e errante neste mundo. Porém, pela primeira vez na minha vida, descobri que eu falo aos berros! (Note-se que eu estou rouca e que a minha professora de Metodologias da Investigação queria que eu falasse mais alto porque não me conseguia ouvir.) Mais... por estar a falar "aos berros" sou mal-educada porque os meus pais não me souberam dar educação! Uau! Eu não sabia que estar rouca era "berrar" e que mesmo que o tivesse feito era quase um crime, logo eu que estudo Criminologia. É nova, mas vou anotar para ver se não me esqueço. 

Teorias:
1. O homem, provavelmente, queria arranjar um bombo da festa para se divertir e queria que eu fosse o alvo. Seria se me quisesse meter em confusão e, digamos, não me apetece de todo ter cadastro;
2. Estava de mau humor e quem tinha de aturar era eu, o que foi uma tentativa bem frustrada porque apesar de ferver em pouca água, consegui controlar-me e dar respostas eficazes;
3. Era um total tótó que estava mal com tudo e todos.

Eu compreendo que o homem estivesse irritado porque umas colegas minhas estavam a troçar da música que ele estava a ouvir, mas eu estava a falar com um outro colega, portanto claro que eu não pedi sequer desculpas porque achei uma tremenda falta de educação da parte dele, uma vez que eu não trocei dele. Se me pedisse para calar, sem escárnio, eu calar-me-ia e pediria desculpas por incomodar, mas a partir do momento que as pessoas falam para mim como se eu fosse uma delinquente, sem saberem quem sou, de onde vim, o que costumo fazer e a pessoa que sou, eu ajo consoante o que a minha mente me diz, pelo que retribuo a ironia. Se eu tivesse sido repreendida pela troça, compreendia, mas não fui, por isso não compreendo, tal como não compreendo o conceito de "berros", já que eu mal falo. Agora se a minha voz irrita, meu amigo, há mais lugares no metro para serem ocupados! Not my concern. 
O que mais me irritou, e não foi para mim porque se fosse eu passava-me completamente e era de vez que me saltava a tampa fora, foi uma mulher chegar à beira das minhas colegas e dizer: "Falta-vos respeito.". Ah! Espera lá! Entrou a meio, não viu as provocações do homem para elas, e depois para mim, e depois ainda teve a lata de lhes dizer aquilo. 
É o que eu digo. Pessoas fora do contexto não percebem nada e como somos jovens e tal, somos delinquentes! Continuem assim supostos adultos que irão longe! 

2 comentários:

  1. ha gentinha ...como hei-de dizer... com uma certinha idade... que às vezes apetece mesmo mandar para um certo sitio de tão mal educados que são. e o pior disso é que se nós respondermos, nós é que passamos por mal educados, enquanto aquela pessoínha, nos está a chamar uma coisa que éramos nós que deviamos chamar a ela.
    eu aturo...até a um dia em que estiver fora de mim.

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"Procura o que escrever, não como escrever." Séneca
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