segunda-feira, 28 de maio de 2012

A Gota de Água

Às vezes sou muito reticente quanto àquilo que faço. Não sou tão determinada como pareço nem assim tão segura porque, infelizmente, sei o que é pessoas não gostarem daquilo que fazemos independentemente do que seja. Até agora encontrava-me reticente até ter lido uma coisa que me fez levantar logo o astral e pensar com clareza. "Se tivesse de escrever como o Nicholas Sparks, iria consertar camiões."
Que fique claro que eu não tenho nada contra Nicholas Sparks, pelo contrário, apesar de não ser fã dos livros dele já li alguns e gostei muito de Um Homem Com Sorte, mas, de facto, eu nunca conseguiria escrever como ele. Aquele romance desenfreado, sem limites... Não, eu não consigo pegar num assunto e torná-lo romântico e a minha linguagem não é nem sequer simpática. Considero que sou um bocado "áspera" na linguagem e não escrevo de uma forma "querida" e "singela" como ele faz. Não consigo escrever um romance pleno. Gosto de assuntos violentos, sangue, lágrimas, desespero e muita ação naquilo que escrevo. Gosto de um livro do género filme de Hollywood com a diferença de estar a ler e não a ver um conjunto de gravações. Gosto de imaginar cenários de guerra, de luta nem que seja pela sobrevivência. A minha praia não é escrever romance floreado cheio de mimimi (embora não considere Nicholas Sparks merecedor desse título), mas sejamos sinceros... o que se vende mais? Um romance floreado ou um romance ficcional com luta por algo? Um romance floreado, meus caros. Segundo as minhas aulas de psicologia, temos tendência a procurar aquilo que nos proporciona maior prazer e aparentemente o romance puro é que está a dar.
Desde que comecei a escrever com alguma seriedade prometi a mim mesma não me inspirar em nada. Em nenhum livro. Em nenhuma série. Em nenhum filme. Apenas focar-me naquilo que imagino e ir buscar coisas à minha vida para complementar. Até hoje, quem conhece minimamente e o que escrevo, sabe que tentei não me assemelhar a nada nem a ninguém, embora me assomem certos pensamentos como "Isto não vai dar certo", "Estou-me a exceder", "Deveria-me assemelhar mais a este ou aquele". Porém, deparei-me com a entrevista de Chuck Palahniuk, escritor de Clube da Luta e foi impossível não dedicar um espaço a este senhor. É absolutamente inspiradora a sua entrevista e ajudou-me a consolidar que eu não me vou assemelhar a ninguém. Não quero e por muito que as pessoas intitulem muitos dos assuntos que abordo de "homens" eu não quero saber. Continuarei com o meu modo de escrever, com o meu modo de ver as coisas, com os meus cenários pouco simpáticos porque se eu não gostar daquilo que escrevo, ninguém irá gostar.
Leiam a entrevista e reflitam. 

1 comentário:

  1. Bem Hayley, tenho a dizer que acertaste na maioria das frases, não vou dizer as respostas para já, mas posso dizer que estás correcta ao afirmar que existem 5 verdadeiras e 5 falsas ^^.

    Em relação a este texto, não sou fã do sr Parks mas leio alguns livros dele e tenho de admitir que ele, no que toca ao romance, anda imparável. Ainda bem que não escrevemos todos sobre os mesmos assuntos nem temos todos a mesma capacidade para escrever romances ou dramas ou policiais. A literatura seria tão aborrecida, tão banal se assim fosse. Eu gosto de romances, mas por vezes também sabe bem ler algo mais desprovido de sentimentos, escrito por alguém igualmente talentoso.

    Um beijinho*

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"Procura o que escrever, não como escrever." Séneca
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