When heart doesn't speak

Tu podias ter-me moldado. Podias ter conseguido algo de mim como eu nunca admiti a ninguém. Podias ter sido quem quisesses para mim se não tivesses cometido um erro terrível. Eu podia ter sido para ti quem quisesses. Podia até ter sido aquilo que tu querias que eu fosse mas não fui. Eu sei que magoei. Sei que demonstrei o meu lado desumano e cruel e que podia ter dito o que queria de uma outra forma, mas eu nunca lidei bem com o controlo. Nunca admiti que me controlassem, que me estivessem sempre a amparar como que se a cada passo eu fosse descambar e cair que nem uma folha seca. Eu não sou frágil. Não sou de vidro, cristal, ou o que quer que seja. Não preciso de relatar o que faço ou deixo de fazer. Odeio que me tentem controlar e não suporto ciúme sem qualquer razão, porque isso só demonstra o quão mal me conheces. 

Talvez se tivesses sido menos possessivo mesmo sem nada teres comigo, menos controlador eu tivesse despertado mas a partir do momento em que me julgam por não nutrir sentimentos na mesma medida, a história muda de cenário e todo o possível encanto desaparece.

Eu não sou uma adolescente que se apaixona por qualquer um. Não sou ingénua e por muito que seja inexperiente, não quer dizer que eu não saiba sentir nada. Não sou como muitas raparigas que mal lhe dizem que gostam delas, ficam perdidas de amor. Comigo não funciona assim. Eu não sou uma máquina e muito menos me apaixono com um estalar de dedos. Eu preciso de me sentir segura mas nunca pressionada e, nesse momento, era o que eu sentia. Querias que eu fosse tua a todo o custo e eu interpretei-o como se eu fosse um naco de carne e tu um cachorro que a todo o custo o queria reclamar. Eu não gosto disso. Não vejo isso como uma prova. Vejo como uma obsessão incompreensível.

Lamento ter sido amarga mas eu não tive muitas hipóteses.