quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Respeito

Todos exigimos respeito por parte dos outros. Exigimos, barafustamos quando nos querem desautorizar e até castigamos por tal feito. A questão é: estaremos nós a respeitar? Ainda há pouco entrei numa discussão por causa disso com uma pessoa da minha família. Esta, por sua vez, exige respeito aos demais, pensa que as coisas existem só por ele e para ele e, como membro mais velho, acha que todos lhe devemos extremo respeito e que temos de viver só para ele sem perceber que tem de existir um equilíbrio. Para alguém que se diz cristão fervoroso, contrariamente a mim, não pratica segundo o que eu fui ensinada, nomeadamente o facto de preferir as relações pessoais ao ruído de uma televisão. Sim, porque ninguém pode falar ao jantar nem ao almoço porque o senhor quer tudo em silêncio para escutar as notícias. Ninguém pode dizer um palavrão que é logo julgado e não enforcado porque essa moda já passou. Ninguém pode ver televisão no canal que quer só porque é o senhor que manda e não lhe interessam os outros programas. Ora, a mim não me interessa aquele programa, portanto, por que razão vou eu vê-lo? Aliás, a televisão até me foi oferecida e não é de mais ninguém, portanto, eu é que deveria exercer poder sobre ela, do meu ponto de vista. 
Enfim, queixa-se do desrespeito à mesa por falarmos todos aos Domingos ao almoço e ao jantar por não ouvir as notícias e que as nossas conversas não lhes interessam para nada. Ora, a mim também não mas já que à semana entro e saio os dias todos e não falo para quase ninguém, aproveito ao fim de semana para socializar minimamente porque se não pareço um bicho do mato. Mas, pelos visto, estou a perturbar o bom funcionamento mental dele... Esta é nova porque, segundo o meu ponto de vista, sempre é melhor ter a família a não ter ninguém. O melhor é que os queixumes vêm todos para mim quando não sou eu que faço as coisas e enerva-me pelo simples facto do que os outros fazem não é errado, pelo contrário. Se uma pessoa fala, não pode falar e se não fala, deve falar. Sinceramente, cá em minha casa parece que foi adoptada a censura porque ninguém pode falar da homossexualidade, não pode ver reportagens sobre isso, não se pode dizer asneiras nem coisas do género porque o senhor não gosta de ouvir... Lamento, mas eu não vou cumprir essas regrinhas hediondas e mesquinhas porque o facto de ele agora impor estas regras é pelo facto de todos se terem disponibilizado de corpo e alma a ele. E isto não é ciúme meu porque eu sempre fui muito desligada das questões familiares e dispenso que as pessoas andem sempre atrás de mim a perguntarem se estou bem ou não! Só não gosto que me tirem a palavra porque eu odeio regras impostas injustamente como se o que ele dissesse fosse uma verdade absoluta. Eu tenho direito de reclamar e dar a minha opinião e pouco me importa o que venham dizer de mim. Eu até me posso conter mas não queiram ver a explosão que depois se sucede e escusam de vir com choraminguices que ele ficou triste. Pudera! Óbvio que sim! Foi contrariado, coisa não muito usual e ficou de trombas. Se eu me arrependi do que disse? Embora não tivesse sido nada ofensivo mas uma constatação de factos, não me arrependo nem de uma palavra. Agora, questiono-me: será que ele tem respeito para com os outros? Do meu ponto de vista não, se não cederia certos comportamentos para o bem estar dos outros e acontece precisamente o oposto. 

1 comentário:

  1. Odeio! Ensinam uma coisa e depois começam a desrespeita-la. A minha mãe ainda hoje fez o mesmo! Odeio. Onde está a coerência? God! -.-

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"Procura o que escrever, não como escrever." Séneca
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