segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Ódios de Morte - Parte II

O que me irrita mais na receção de testes ou exames ou o que quer que seja são as reações das pessoas. Na minha turma há aquelas pessoas que se enchem de expetativas e que vão tirar dezoitos ou dezanoves e depois quando tiram uma nota abaixo, reagem como o professor tivesse culpa! Ó meus amigos! Nós não estamos na República das Bananas! Não foi o professor que vos fez o teste. Não foi o professor que pesou as respostas na vossa capacidade de inteletualização... E eu não estou a defender o professor, até porque essa raça devia ser extinta, mas, por amor de Deus! Be smart! O que vale derramar lágrimas pelo leite derramado? A vida é só a escola? São só as notas? Todos nós temos objetivos de vida, diferentes, mas temos. Só porque alguns não estudam tanto como essas personalidades e tiram notas equivalentes ou maiores, escusam de estar sempre a falar porque não sabem sequer se eles estão atentos ou não! Sinceramente... isso é inveja! Há pessoas que têm propensão para umas disciplinas e não para outras, é normal. Já para não falar que estudar não é sinónimo de boas notas e eu se estudasse para Português, Inglês ou Psicologia sairia com o meu cérebro muito confuso, quase de certeza.
Outra coisa que me irrita solenemente... é o orgulho, o ego em ter tirado uma nota alta! Pobres de espírito... No ano passado uma rapariga da minha turma andava toda orgulhosa que tinha tirado a melhor nota da turma em "Os Maias". A pobrezinha de espírito arrependeu-se do dia em que se orgulhou perante uma plateia. Se fosse uma pessoa simples eu não teria revelado a minha nota mas tratando de quem se tratava, tive "prazer" em desmenti-la. Não suporto que se vanglorizem! Eu e mais duas colegas tiramos as melhores notas da turma a Psicologia e não foi por isso que andamos a dizer que as tirámos! Aliás, todos souberam mas não foi por mim que o souberam. Eu pouco me importo com o facto de ter tirado o dezanove, o que me importa é a minha nota e não a dos outros. Em Biologia, se eu não tivesse ficado doente, tiraria uma boa nota, não foi má, mas não correspondia ao costume mas não foi por isso que me pus com choradeiras! Se eu tivesse estudado, tivesse tido tempo e disposição, eu teria pegado nos livros, lido e compreendido a matéria. Depois que não me venham dizer: "Não estudaste e tiraste quase a mesma nota que eu!". Não estudei porque não consegui! Eu quase no estado de um zombie em decomposição estudaria como? Fiz o que sabia. Não corresponde à minha capacidade? Para a próxima tento não ficar doente e estudar! É assim que funciona, não é chorar como se os outros tivessem culpa. Esta é a realidade e espero seriamente que o professor não tivesse ficado com pena. 
Eu defendo que nós temos prioridades, que a escola é importante e tal mas não é a prioridade "mor"! Há uma vida para além de tudo isto. Eu não me dedico a cem por cento se não eu daria em doida no sentido literal da palavra. Ainda há quem me aponte o dedo de não ter estudado um fim de semana ou algo do género por ter visto algo e eles não porque estiveram a estudar. Sinceramente, vocês serão uns infelizes! Serão uns nerds que só se limitam a saber aquilo que a escola vos ensina! Não quererão sequer saber do estado do país, do estrangeiro ou o que quer que seja! Quando tiverem uma depressão a sério com essa mania de passarem por cima dos outros e recalcarem o ódio que têm por aqueles que não estudam tanto e tiram notas razoáveis, vão dar-se conta que os doidos não são aqueles que aproveitavam o que a vida lhes dava. Daqui a uns anos falaremos. 
Apenas quero salientar que lá por muitos terem notas boas não quer dizer que sejam melhores alunos. Eu bem vejo pela minha turma... podem saber muito de uma disciplina, de algo que tenha a ver com a escola mas quando entrarem no mundo do trabalho, não passarão de uns falhados e cheios de inveja dos outros e tudo se vai repetir: competição não saudável. É bom competir e faz sentido mas competir com inveja constante e com sede de ultrapassar os outros, faz muito mal. Isso só mostra a incapacidade de vermos os nossos limites. Porque, apesar de tudo, todos nós temos limites e eu não quero chegar ao limite na escola. Prefiro ter as notas que tenho, levar a minha vida equilibrada e sê-lo a nível mental a andar a chorar pelos cantos só porque alguém teve uma nota maior que a minha. 

4 comentários:

  1. Eu não tenho ódio, eu tenho pena destas criaturas. A vida delas resume-se a notas e a competição desenfreada de tirar as melhores notas que os outros, causando-lhes um desgaste totalmente desnecessário.
    É algo meio como Síndrome do Jason da blogosfera. ahah

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  2. Também tive pessoas dessas na minha turma durante o Secundário e agora ainda tenho mais! Mas acho que consigo odiar mais as horas depois do teste em que todos falam do que responderam e eu só quero esquecer as trapalhadas que fiz para lá! Mas bom, nessas alturas costumo fazer valer a máxima "Quem está mal muda-se" e lá me mudo eu para um sítio mais recatado onde as perguntas do teste não me perseguiam!
    E olha que tens efectivamente razão: essas pessoas num futuro mercado de trabalho vão ser infelizes. Eu tenho orgulho nas notas que tenho (mesmo que sejam apenas medianas), porque já tive a oportunidade de estar em prática na área em que vou trabalhar e vejo que estou no curso certo. Aliás, os cursos de faculdade hoje estão feitos para a teoria e não para a prática? De que me vale uma média de 20 se depois no terreno não souber trabalhar?
    Fazes bem em repartir a tua atenção, assim a escola é muito mais fácil de aguentar ;)

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  3. Nota, notas, notas, notas, nota, nota, nota, notas, nota, nota, nota, notas, notas, notas, nota... Alto lá, que detectei algo importante!
    A escola foi criada com o intuito de preparar os jovens para o futuro. Entretanto, transfigurou-se. É mais importante ter nota X a Biologia, por exemplo, do que saber efectivamente Biologia. Há somente vestígios de interesse nas matéria. O comum é uma postura utilitarista sobre a mesma. Se conta para nota, é importantíssimo saber; caso contrário, é lixo. Conheço casos de pessoas que agrafaram (!) as páginas do livro que não eram para estudar.
    Sem um interesse genuíno nas matérias, a escola não tem qualquer utilidade. O aluno é forçado a marrar para a nota, para depois se esquecer de tudo. Não há qualquer tentativa de associar os assuntos abordados com a realidade, nem de os integrar na rede de conhecimento de senso comum. No final, tem-se um brutal diploma e uma ignorância de igual calibre. Não admira, já que, no percurso, cabularam, "trocaram informações", optaram pelo mais fácil, fizeram negociatas com professores, decoraram sem compreender, etc.
    A escola e a universidade fornecem apenas bases. Com a maior qualificação das pessoas, o conhecimento vai-se tornando obsoleto cada vez mais rapidamente. Quem acabar a universidade a pensar que nunca mais terá de estudar assuntos ligados ao seu curso está destinado ao fracasso. Em cinco anos está desactualizado, em dez anos desactualizadíssimo.
    Resumindo, para se aproveitar aquilo nos ensinam ao máximo é importante estar interessado!

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  4. Mas olha que há professores que dão as notas que lhes apetece. No secundário nem tanto, mas nas universidades é o prato do dia. Ainda hoje ao almoço falava disso com colegas e há coisas que não nos passam ao lado. Mas claro, quando não se estuda ou não corre bem, não é necessariamente culpa do prof. A maioria das vezes a culpa é nossa.

    Eu odeio quando tenho uma nota mais alta e os profs dizem alto, porque depois não sei como reagir e não quero parecer convencida. Então normalmente fico com cara séria, mas depois penso : «às tantas vão achar que estou a fingir que não é nada de mais por ter a mania que tiro sempre boas notas». às vezes nem sei como reagir -.-"

    Já vi a tua mensagem facebokeira, so nao tenho mesmo tido tempo de responder. Vim cá num instantinho. Assim que possa volto lá a responder :)

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"Procura o que escrever, não como escrever." Séneca
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