terça-feira, 16 de agosto de 2011

Incerteza

Já tive certezas daquilo que eu queria fazer da minha vida mas agora, mesmo faltando um ano, apavora-me esta transição medonha do ensino secundário para o universitário. Já quis ser tanta coisa, já fiz imensos planos, imaginei cenários de eu estar a trabalhar em algo mas em todas as situações nunca me vi parada, sempre a sorrir e a ouvir pessoas: sempre me vi deambulando de um lado para o outro com provas, a questionar alguém, a defender alguém ou a acusar, usando todas as armas que dispunha para defender o inocente. Já me vi com um colete do FBI e uma arma na mão com alguém prestes a matar-me. Já me vi a fazer uma autópsia com o bisturi na mão e a meter "nojo" a agentes da polícia. Já me vi a correr atrás de um assassino e a sair completamente arranhada e suja. Já me vi no Parlamento a discursar e usar, mais uma vez, a minha típica ironia contra os partidos e ideias que eu discordava. Já me vi a mandar "bocas" ao José Sócrates! Já me vi a marchar e no meio da Guerra e também já me vi num laboratório com provetas, tubos de ensaios, balões de Erlenmeyer a rodear-me e a desvendar uma amostra de sangue ou uma evidência qualquer! Também já me imaginei sentada, a escrever no computador com óculos enfiados.
A questão é: que vou eu escolher perante todos os sonhos alimentados? Eu adoro criticar com argumentos válidos, gosto de arreliar as pessoas e situações de risco são mais convidativas para mim do que um bolo de chocolate! Eu não me estou a ver numa outra profissão que não englobe risco nem pressão. Eu trabalho melhor sob pressão. Mas... é difícil escolher porque eu estou voltada para os crimes mas sei que vou para o desemprego! Na verdade, tudo o que eu escolho, das duas, uma: ou há demasiados ou Portugal não está suficientemente desenvolvido. 
Eu sou daquelas pessoas que, normalmente, as pessoas têm tendência a chamar de "insensíveis". Não me importo de ver um animal em decomposição ou tão pouco chegar-lhe perto!  Posso perfeitamente ver uma ferida enorme e até cuidar dela que não me aflijo. Ou então, ver alguém com um membro cortado. Coisas no pretérito tornaram-me imune e eu sei perfeitamente que isto não é uma explicação lógica, mas ajuda. 
Outro facto, é que como Portugal não é suficientemente desenvolvido, apenas há uma Universidade Pública, onde as médias são de cortar os pulsinhos e não me apetece fazer isso. Já para não falar que em termos de genialidade, eu não sou grande coisa no que toca em assuntos relacionados à escola até porque eu sempre considerei a escola útil mas, de certa forma, um poço de assuntos irrelevantes, portanto, para além de tudo do que se fala na escola, eu leio mais coisas, perco mais tempo, não estudo tanto, aliás feliz de mim se estudasse bastante mais, e sei outras coisas e não gosto que me digam: "Devias ser como fulano! Estuda bastante e não se preocupa com outras coisas!". Ora, até pode ser verdade mas se lhe fizerem uma pergunta de cultura geral, fica muito atrás e, provavelmente a cultura geral é aquilo que nos impulsiona e eu prefiro ser uma "baldas" a ser nerd que se limita a aprender aquilo que lhes é ensinado. Não estou a dizer que sou inteligente porque, como disse, eu seria feliz se o fosse mas acredito que se pusessem alguns alunos da minha turma ditos "inteligentes" em questões de cultura geral contra mim e outros, esses ficariam muito atrás. É uma crítica, obviamente que até os professores comentam. Até porque se uma pessoa sabe muito sobre música, é uma viciada. Se sabe elencos de filmes e filmes, não faz mais nada da vida. Se sabe de informática, passa a vida no computador. Se lê imenso, não faz mais nada da vida. Se sabe localizar algo de imediato no mapa, deve ter passado anos a decorar o local...
Enfim, meus amigos, bem-vindos ao maravilhoso espectáculo de turmas parvas! E agora... eu estou lixada porque não sei o que escolher mas de uma coisa tenho a certeza: decididamente, estou no curso errado... That´s life...

5 comentários:

  1. juro.te, eu entendo.te SUPER bem.
    estamos a uma passo de decidir um futuro q nos é imposto na mao qd temos 13 ou 14 anos. e agora com 17 ou 18 temos q definitivamente (ou quase) escolher o q vamos fazer para o resto da vida, e como é obvio, isso vai implicar erros!
    sou uma amante do teu blog, ja sabes x)
    btw, 'Requiem for a dream' é sem duvida um dos melhores filmes q ja vi!!
    beijos, e keep it up!

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  2. Não penses já no desemprego... Se calhar eu estou pior do que tu. Vou seguir humanidades e estou indecisa entre jornalismo e direito. E olha que jornalimo também não dá trabalhinho nenhum...

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  3. Sei o que estás a sentir neste momento. aquelas duvidas depois de te atirares de cabeça, em que começas a por todaas as hipoteses em cima da mesa! e depois, sei que daqui a 3 anos , quando sais da universidade, nao te podes fiar que a situação do país estará melhor. Nao sabes! pode ate estar pior.
    É bastante complicado e as ofertas qe ha por ai para os jovens sao daqelas rápidas e que poem os jovens logo no mercado de trabalho mas se tu nao gostas desses caminhos mais rapidos, o que é te resta!? O dinheiro vai todo para esses caminhos rápidos e nos com melhor preparação, ficamos para trás! Melhor preparação e não só, melhores notas

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  4. eu acabei de passar pela mesma fase e acabei por me inscrever em uns cursos que não sei se me vão agradar lool esperemos que corra tudo bem!

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  5. A pior parte, é que não têm o direito de fazer o que fazem, se ser mãe é carregar 9 meses e deitar para fora, então ser mãe é ser nada.

    uii, isso é mau. uma coisa tens de ver, todas as profissões que possas escolher tem desvantagens e desvantagens, não penses que é tudo como nos filmes, porque..não é. É claro que existe pressão e adrenalina, em algumas delas, mas em filmes são amplificadas 10x mais. Tens de pensar, talvez até pesquisar e encontrar algo que realmente gostes e que tenha fortes probabilidades de não te vires a cansar, claro que podes sempre mudar de emprego, mas hoje em dia é necessário cada vez mais estudos e certamente não te vês a passar a tua vida a fazer cursos e mais cursos, até encontrares algo que gostes, porque para além de ser esgotante, nunca encontrarás um emprego de ordenado fixo e pior que isso, chegas ao final e deparas-te que aprendes-te algumas coisas, mas não te focas-te em nada.

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"Procura o que escrever, não como escrever." Séneca
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