segunda-feira, 6 de junho de 2011

Karma maldito!

Acho que as coisas más me perseguem. Acho que tudo parece estar a testar a minha racionalidade e a minha capacidade de ser mais humana. Porém, hoje tive a confirmação daquilo que eu mais questionava na minha vida: a minha carreira.
Por um momento esqueci todos os sonhos que tenho vindo a açambarcar ao longo dos anos, um sonho em específico de curta data que a maioria sabe e é bem visível... mas hoje, tive a noção daquilo que quero fazer. Não me importa o quão indaguem o meu excesso de frieza. Eu não tenho culpa. Sou assim, tal como sou, posso não ser o protótipo de rapariga ou então a rapariga "normal" que é sensível, que tem medo de coisas que eu acho completamente ridículo. Não me importa sequer o facto de duvidarem de mim. Posso não conseguir agora, daqui a um ano ou dois. Mas mais cedo ou mais tarde eu vou conseguir. É apenas uma questão de tempo.
Tenho também a noção que apesar de ter sido um animal, o choque, a dor, o impacto é precisamente o mesmo. Basicamente, assisti à morte de um gato de uma das pessoas com quem melhor me dou. Não sabem, ou se calhar até sabem, o que é caminhar logo pela manhã pela rua, ver o gato todo contente, roçar-se nas vossas pernas, foge um bocado e de repente, como se fosse um ser insignificante, um carro projecta-o cerca de alguns metros e o sangue do animal espalha-se por toda a rua. Eu vi. Estava lá e a pior tarefa não foi, de longe, vê-lo ali, imóvel, hirto e sem vida. Para mim não foi. Certifiquei-me se estava morto sem problemas. Óbvio que estava assim um bocado mal porque era um animal! Podia ter sido o meu cão! 
O mais duro é dar a notícia, ver a pessoa outrora feliz e depois de eu proferir as palavras que ainda me recordo "Olha para trás.". Ela olha-me com os olhos vidrados, perplexos... e eu finalizei: "Está morto.". Odiei-me por lhe ter dito. Odiei ter assistido porque a mim cabe-me sempre dar notícias de morte! Não é a primeira, segunda, terceira... Já dei notícias de morte a familiares e não é fácil.
Odeio quando choram ao meu lado porque eu sempre me acho impotente face à situação... um verdadeiro empecilho! Uma malvada que não brota sequer uma lágrima pelo pobre do animal nem pela pessoa que está em sofrimento! 
A imagem ainda paira na minha cabeça. Parece karma. Por que é que isto me acontece sempre a mim? 
Cookie... RIP.

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