sexta-feira, 24 de junho de 2011

Acreditar ou não


Cá em casa é uma fartura... andamos todos fartos uns dos outros! Desta vez o tema foi religião! Eu gosto de discutir estas coisas, confesso e gosto de provocar e fazer os outros enervarem-se um bocadinho, não muito porque se não depois fico a sentir-me mal. A indignação total foi quando eu disse que não me considerava uma pessoa completamente religiosa. Ora, claro que não! Acredito em certas coisas, óbvio, escassas mas acredito! Num trabalho para uma disciplina estive a perguntar ao meu avô como é que ele pensava que o ser-humano tinha evoluído ou se ele tinha nascido assim e nada houve para além da fisionomia que temos hoje. Bem, a resposta foi: "Está escrito na Bíblia que o Homem foi obra de Deus e, como tal, foi retirada uma costela ao homem para formar a mulher. E cá estamos nós. E temos de acreditar no que está na Bíblia se não somos uns desgraçados!". Não que eu não soubesse que ele iria dizer isto mas acho que é uma questão de questionar. Cientificamente isso não é possível! É até motivo de chacota! Eu não acredito nisso, acredito no evolucionismo e na mutabilidade das espécies. Quase que é óbvio que nós somos descendentes de espécies simples. É como quando aprendemos a ler: começamos com letras, depois as letras formam ditongos, os ditongos palavras até que lemos textos e textos. É a mesma coisa. Porém, o meu avô e a minha mãe não pensam assim. Acreditam piamente que tudo é fruto de Deus e que somos a sua obra maior. Eu percebo que eles não têm escolaridade suficiente mas, pelo menos, limitavam-se a ouvir-me e a pensar um pouco ao invés de me dizerem logo que raio de cristã sou! Na verdade, eu nunca disse que era cristã a sério. Eu acredito em Deus mas não acredito na forma como as pessoas interpretam o que lêem. Não concordo com o facto do Vaticano cobrar dinheiro a mais por entrar nas instalações "santas". Não concordo com a bula das indulgências que actualmente não existem mas existiram. Não concordo com os Padres, alguns, nomeadamente o da minha freguesia que também deve gostar muito de mim como eu gosto dele. Sim, porque eu sou discriminada por ele e questiono-me que raio de padre é ele... Eu não tenho culpa de o meu pai ter tido uma educação diferente, uma religião diferente, ter vindo de um local da qual o prior denomina "cidade dos prazeres" nem tenho culpa de alguma vez lá ter vivido, portanto o que me leva a questionar isto tudo e todos os actos de todos os membros católicos, já para não falar no facto de padres terem filhos, freiras cometerem violações e uma série de coisas que são, no mínimo, bizarras nessa instituição. E sinceramente, eu não me revejo numa religião onde cheia destas peripécias. Eu não quero falar mal do Padre porque eu sou como ele para julgar: ninguém. Mas eu tenho consciência disso e ele critica quem mais pode.
Portanto... para mim a religião não se baseia em cumprir regras. Religião é acreditar e eu acredito em muita coisa desde que faça sentido. A partir deste tema poderia avançar para outros, como por exemplo, a homossexualidade na qual a Igreja se opõe! Se a instituição se opõe em casamentos de pessoas do mesmo sexo deveria então também opôr-se ao facto de padres terem filhos e porque não fazem isso? Não interessa... nada de escândalos para a instituição. E por que razão as mulheres que engravidam antes do casamento ou se divorciam são julgadas pela Igreja e lhes é recusado qualquer serviço? Que eu saiba, porque eu sou catequista, não sei como mas sou, Deus disse: "Crescei e multiplicai-vos." e é preferível levar pancada de manhã à noite do que se divorciar só porque a igreja o diz? Poupem-me! Infelizmente todos os casos que enumerei são da minha família, incluindo o do padre com filhos. Para já eu tenho cabeça para pensar naquilo que é melhor e no que se adequa à minha personalidade, portanto eu acho isto da religião uma extrema palhaçada onde os bobos da corte somos nós. 

8 comentários:

  1. Eu também não acredito nessa forma de evolução do Homem!

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  2. Acho que temos que perceber que a Bíblia não está escrita de forma literal. Tudo o que está lá são metáforas e simbolismos. Este assunto também é alvo de discussão cá em casa por eu ter opinião diferente de toda a gente. Sou mais liberal que os meus pais e avós, e tenho o meu irmão que tem uma opinião liberal como a mim, mas eu acho que os mais idosos não têm noção do simbolismo da Bíblia. Para eles o que está escrito é a verdade e ponto final. Mas como tu dizes religião é acreditar. Acredita em Deus e no seu amor. Ter fé! (tendo consciência dos sentidos figurados existentes na palavra de Deus!)

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  3. penso exactamente como tu!!eu acredito no que faz sentido mas essas historias que tu falaste são parvoíces que a religião prefere não mostrar!

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  4. E depois negam umas coisas e afirmam outras que vão dar ao mesmo que as 1ªs -.-

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  5. concordo em tudo o que disseste ! já sigo (:

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  6. Bem, pra já confesso-te que não sou minimamente religiosa. Para mim a religião é mesmo uma grande palhaçada! Eu não acredito que deus criou o mundo, nem a especie humana ou qualquer outra existente ou já extinta! Maior palhaçada é quando justificam coisas impensáveis com crenças de qualquer religião como, castigos ou assim...
    Não quero estender muito uma vez que poderia ofender os crentes.
    Quando tenho conversas de religião cá em casa também é sempre uma festa! É porque eu sou uma criança e não sei do que falo, é porque sou ingénua e não percebo nada... Credo! No entanto no que toca a isto a minha idade não engana o meu pai, que fica sempre a pensar no que digo e depois, um dia ou dois a seguir, vem ter comigo e volta a falar comigo e a revelar-me as suas reflecções! Com ele dá gosto falar, até porque não gosto de ignorancias...
    Beijo e desculpa a extenção, mas estes assuntos mexem comigo!

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  7. concordo tmb com tudo o q disseste, excepto q eu ñ acredito em Deus, nem sou religiosa, mas isso fica ao critério de cada um.
    a minha tia avó acha uma barbaridade eu ñ ser religiosa e diz q eu devia acreditar pq me faz bem e etc! acho uma completa parvoíce. a Bíblia é, realmente, muito metafórica.
    se metade dos cristãos soubessem das bulas de indulgências e etc's q já existiram, com certeza ficariam escandalizados.

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"Procura o que escrever, não como escrever." Séneca
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